Eu pensei em como poderia escrever um texto sobre como estou me sentindo com tudo isso que está acontecendo. Pensei em como poderia embasar minhas observações, se teria que recorrer a algum artigo científico ou fonte renomada. Mas, aí, me dei conta que poderia expressar, por meio de palavras, minhas percepções. Minha simples e pura visão profissional e pessoal desse momento desafiador.

E a primeira coisa que eu digo é o seguinte: nunca imaginei que viveria para ver, de perto, um cenário como esse. O medo, a insegurança, a frustração. Será que estou fazendo o máximo possível e contribuindo, de alguma forma, para ajudar a tranquilizar as pessoas que estão a minha volta? Não sei a resposta, mas estou tentando. Minha segunda conclusão foi que mesmo no caos existem oportunidades. Oportunidade de crescimento e de empatia. Estamos passando por um período difícil e por isso, na minha singela opinião, é momento de mantermos, antes de tudo, a nossa saúde mental. Não se cobre tanto.

Defina e foque no que realmente faz sentido para você. Profissional, pessoal e espiritualmente. Como aquela experiência que está dentro de você pode trazer alguma contribuição? Eu venho pensando muito nisso.
Sim, tem muita gente com know-how em muitas áreas. Mas o jeito que você faz, o valor que você coloca naquilo, é apenas seu.

Eu sempre fui uma amante das histórias e acredito que elas podem contribuir profundamente para aliviar uma tensão, como essa que estamos vivendo. De acordo com um artigo sobre Storytelling, a arte de contar histórias, da Rock Content, elas seduzem, despertam emoções e levam o receptor em uma jornada.“Histórias lidas no momento certo jamais te abandonam. Você pode esquecer o autor ou o título. Pode até não lembrar precisamente o que aconteceu. Mas se você se identifica com uma história, ela continua com você para sempre. (Neil Gaiman)”

Quando você escreve um texto, seja ele editorial ou para marcas, você tem um objetivo primordial que é dar vazão a um sentimento ou a uma necessidade. Ou melhor, quando você escreve uma história, o seu desejo é compartilhar um conteúdo que possa trazer algum benefício para outras pessoas. Pelo menos é assim que eu enxergo.

Contar histórias é um ato de generosidade porque tem o poder de gerar identificação. E, é claro, envolve algumas técnicas. Mas a essência principal é você pensar de que forma a história que está sendo contada, independentemente do formato, pode ser útil.

Eu sou jornalista de formação e já escrevi muitas histórias. Porém, o avanço enlouquecedor das tecnologias nos traz o senso de que devemos melhorar cada vez mais. É isso que eu venho tentando fazer. Nesse período de isolamento, por exemplo, tenho acompanhado muitos conteúdos e técnicas para contar histórias. Mas, se eu fosse resumir, de forma simples, diria o seguinte:

Seja humilde. Talvez você precise de ajuda pelo caminho. Ninguém nasce sabendo tudo.

• Não tenha medo de se expor. É claro, faça isso com qualidade, mas não tenha medo da opinião dos outros.

• Quanto mais “redonda” a sua história melhor. É por isso que ela deve ter começo, meio e fim e um personagem, que passa por conflitos e desafios.

• Tem que ser relevante, ter utilidade para alguém ou para um determinado público.

Confesso, nem sempre é fácil ter inspiração para escrever um texto. Porém, pode ser muito gostoso quando você percebe que está contribuindo. Sim, a sua experiência pode ajudar, sem dúvida. Pode, pelo menos, trazer um alívio e aquela sensação de não estar sozinho nesse mundo.